Novos estudos feitos na múmia do faraó Seqenenre-Taa-II revelam a possível causa de sua morte

Divulgado em: 17/02/2021.

A revista científica Frontiers in Medicine divulgou hoje o resultado de estudos feitos na múmia do faraó Seqenenre-Taa-II, pelos estudiosos egípcios Dr. Zahi Hawass (Arqueólogo e Egiptólogo) e Dra. Sahar Saleem (Professora de Radiologia da Universidade do Cairo).

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Zahi Hawass e Sahar Saleem analisando a múmia do faraó Seqenenre-Taa-II. Fotógrafo desconhecido, See News.

Taa era o nome de nascimento do faraó e significa "Thoth é grande". E Seqenenre, nome escolhido quando ele assumiu o trono, significa "Aquele que Rá tornou valente".

O faraó Seqenenre-Taa-II governou o sul do Egito, na capital Tebas, no final da 17ª dinastia (aproximadamente 1558–1553 a.C.) durante a ocupação dos hicsos (provavelmente asiáticos), que ocuparam a parte norte do Egito e tomaram Avaris, a moderna Tell-el-Dabaa, como capital por um período que ficou conhecido como "Segundo Período Intermediário" (1650-1550 a.C.). Nessa época, mesmo com o faraó governando a parte sul do país, todo o Egito teve que pagar tributos ao rei dos hicsos, Apophis.

Múmia do faraó Seqenenre-Taa-II. Fotógrafo desconhecido, Frontiers in Medicine.

De acordo com a situação em que o Egito se encontrava nessa época, é evidente que o relacionamento entre o faraó Seqenenre-Taa-II e o rei Apophis não era cordial. Informações contidas no papiro Sallier I registram um dos confrontos entre esses governantes.

A revista Frontiers in Medicine divulgou um trecho desse papiro: "De acordo com o papiro, o rei hicso Apófis enviou uma mensagem hostil a Seqenenre, declarando que hipopótamos barulhentos em uma piscina em Tebas estavam perturbando seu sono em Avaris (a 644 km de distância) e exigindo que a piscina sagrada tebana fosse destruída. O fim do papiro está perdido, mas o texto preservado termina com a afirmação de que Seqenenre chamou seus conselheiros, o que provavelmente indica uma introdução a uma batalha". (FRONTIERS IN MEDICINE,2021).

A múmia de Seqenenre-Taa-II foi encontrada em Deir el-Bahari em Tebas em 1881 e levada para o Museu do Cairo. Mas a confirmação da identidade da múmia dele só ocorreu em 9 de junho de 1886, quando foi desembrulhada pelo egiptólogo francês Gaston Maspero (Diretor Geral de Antiguidades no Egito na época), através de inscrições nos invólucros originais. O médico Daniel Fouquet acompanhou Maspero nesse processo.

A partir desse momento a múmia do faraó Seqenenre-Taa-II passou a ser estudada para que fosse possível saber detalhes sobre sua morte. Nesse primeiro estudo feito por Maspero, além do nome da múmia, foi relatado um odor fétido de putrefação, mumificação corporal limitada e ferimentos graves na cabeça que levaram a sugestões de uma morte violenta.

Múmia do faraó Seqenenre-Taa-II. Fotógrafo desconhecido, Portal do Ministério de Turismo e Antiguidades do Egito.

O segundo estudo da múmia foi feito no dia 1 de setembro de 1906 pelo australiano Grafton Elliot Smith, Professor de Anatomia na Escola de Medicina Kasr Al Ainy do Cairo. Em seu estudo, Grafton descreveu em detalhes ferimentos na cabeça da múmia e a ausência de feridas no restante do corpo.

Múmia do faraó Seqenenre-Taa-II. Fotógrafo desconhecido, See News.

No terceiro estudo feito em 1960 através de raio-X, foi possível identificar cinco lesões traumáticas na cabeça da múmia e a ausência de fraturas no restante do corpo. A partir daí diversas dúvidas surgiram com relação a causa da morte do faraó.

A revista Frontiers in Medicine relatou essas dúvidas: "Vários cenários foram propostos para explicar os ferimentos na cabeça de Seqenenre. O faraó morrera em batalha? Ele foi vítima de uma conspiração do palácio?. O corpo de Seqenenre foi rapidamente mumificado em um local mal equipado, longe da oficina real de mumificação?". (FRONTIERS IN MEDICINE,2021).

Ferimentos na cabeça da múmia. Fotógrafo desconhecido, Facebook Ministry of Tourism and Antiquities.

Múmia do faraó Seqenenre-Taa-II. Fotógrafo desconhecido, See News.

Em 4 de maio de 2019 novos estudos começaram a ser feitos com a ajuda de um recurso tecnológico mais avançado e preciso, a tomografia computadorizada, fazendo reconstruções de imagens bidimensionais e tridimensionais. A partir desse momento, iniciou-se análises tanto para avaliar o estado de preservação da múmia quanto para descobrir a idade de sua morte e possíveis patologias.

Com as novas técnicas foi possível identificar que os cortes na cabeça do faraó eram bem parecidos com o estrago que algumas armas asiáticas faziam naquela época. Desse momento em diante, não só a múmia passou a ser estudada mais a fundo, como também armas asiáticas. Cinco exemplares de armas de bronze asiáticas (três adagas, um machado de batalha e uma ponta de lança), que foram encontradas na região de Tell el Dabaa pela Missão Arqueológica Austríaca, e que estavam no Museu Egípcio do Cairo foram analisadas. E elas ajudaram muito porque eram exatamente da mesma época do reinado do faraó Seqenenre-Taa-II e pertenciam à cultura asiática da Idade do Bronze Médio II, segundo estudos anteriores.

Armas hicsas analisadas onde A é a adaga, B e C são machados de batalha, D é ponta de lança, E e F são punhais de bronze. Fotógrafo desconhecido, Frontiers in Medicine.

Os novos estudos revelaram em detalhes a má conservação da múmia: "A múmia de Seqenenre está em péssimas condições; a cabeça e muitos ossos estão soltos e perdidos. A múmia está desarticulada na maioria das regiões do corpo. A cabeça está separada do corpo. A maioria das vértebras e costelas estão soltas. O esterno, clavículas e escápulas são desarticulados e localizados dentro da cavidade do tronco. Os membros superiores são desarticulados dos ombros com o mínimo de tecidos moles ou músculos remanescentes nos ossos. Ambos os fêmures são desarticulados nas cavidades dos quadris. Os ossos do antepé esquerdo estão desarticulados. A sínfise púbica e as articulações sacro-ilíacas direitas estão danificadas." (FRONTIERS IN MEDICINE,2021).

Imagem coronal de TC tridimensional da parte inferior do tronco mostra material de evisceração e embalsamamento dentro da cavidade abdomino-pélvica. Fotógrafo desconhecido, Frontiers in Medicine.

Através de muito estudo foi possível fazer uma estimativa com relação a altura e a idade que Seqenenre tinha quando morreu. Ele provavelmente tinha 1,67m de altura e morreu com cerca de 40 anos. Vale ressaltar que a altura dele foi estimada devido as desarticulações em que o corpo se encontra, e foi levado em consideração o comprimento máximo da tíbia junto com cálculos baseados em estaturas de egípcios antigos do sexo masculino.

Fora isso, foi identificado que o cérebro não foi removido e que ele está do lado esquerdo da cavidade craniana. É importante lembrar que geralmente os antigos egípcios removiam o cérebro do morto no processo de mumificação.

Fora a questão do cérebro não ter sido removido, diversas alterações patológicas foram observadas: "Ambos os braços estão flexionados nos cotovelos, as mãos flexionadas nos punhos (mais no lado esquerdo), enquanto os dedos são hiperestendidos nas articulações metacarpo-falangeais e flexionados nas articulações interfalangianas. Nenhuma evidência de fratura óssea em membros superiores foi observada. Ambos os membros inferiores estão estendidos; o pé esquerdo está deslocado, mas não há evidência de fraturas ósseas. A cabeça e o rosto estão gravemente feridos. Os lábios superior e inferior estão retraídos, mostrando os dentes". (FRONTIERS IN MEDICINE,2021).

As lesões na cabeça do faraó foram seriamente estudadas e consideradas lesões graves. Foi identificada uma fratura transversal da testa, uma fratura aberta acima da sobrancelha direita, um trauma contuso no nariz e na região do olho direito, um corte profundo na bochecha esquerda e um ferimento abaixo da orelha esquerda através da base do crânio.

Imagem de TC tridimensional da cabeça em projeção oblíqua esquerda mostra um corte oblíquo do zigoma esquerdo, fratura do processo coronóide esquerdo da mandíbula. Fotógrafo desconhecido, Frontiers in Medicine.

Os novos estudos conseguiram revelar lesões que não foram encontradas nos estudos anteriores. E isso porque foi identificado um procedimento de embalsamamento avançado, que tinha o objetivo de ocultar esses ferimentos, utilizando uma pasta de materiais de embalsamamento (um procedimento puramente cosmético). Acredita-se que foi uma tentativa de dar uma aparência um pouco melhor ao falecido.

Considerações dos estudiosos

Embora hoje exista recursos tecnológicos mais avançados, o estudo da múmia do faraó Seqenenre-Taa-II não foi nada fácil. Os estudiosos tiveram que analisar os estudos anteriores e ver se as conclusões feitas na época estão corretas, estudar a história do Egito referente à época vivida pelo Seqenenre, estudar sobre os hicsos e suas armas, técnicas de embalsamamento, etc, além de estudar os ferimentos que não haviam sido identificados anteriormente.

Antes de anunciar a conclusão final, os estudiosos Zahi Hawass e Sahar Saleem explicaram alguns detalhes do estudo.

1- Lesão da bochecha

Eles concordaram com estudiosos anteriores com relação ao ferimento da bochecha.

"Concordamos com a sugestão de Bietak e Strouhal de que a bochecha esquerda e as fraturas supra-orbitais direita correspondem ao tamanho e forma do machado de batalha. A ponta do machado de batalha dos hicsos é menor do que sua contraparte egípcia. A força do impacto do machado hicso é mais focada e atinge uma área mais estreita, explicando as punções ósseas profundas que observamos". (FRONTIERS IN MEDICINE,2021).

2- Fratura na testa

Os estudiosos conseguiram chegar a uma conclusão sobre o que causou a fratura na testa de Seqenenre.

"Acreditamos que a fratura na testa foi causada por uma arma com lâmina mais larga do que o machado de batalha que causou ferimentos na bochecha esquerda e supra-orbitária direita. Segundo Bietak e Strouhal, um machado de gume largo causou a fratura da testa, que poderia ser uma arma egípcia". (FRONTIERS IN MEDICINE,2021).

3- Fratura do nariz

Foi possível chegar a uma conclusão com relação a fratura do nariz de Seqenenre.

"Este estudo sugere que um pedaço de pau grosso (o cabo de um machado de batalha) causou a fratura contundente em torno do nariz do faraó". (FRONTIERS IN MEDICINE,2021).

Imagem tridimensional de TC da cabeça em projeção frontal mostrando múltiplas lesões craniofaciais. Fotógrafo desconhecido, Frontiers in Medicine.

4- Ferimento abaixo da orelha esquerda

Esse ferimento também foi analisado cuidadosamente e de acordo com os novos estudos foi possível explicar um pouco sobre ele.

"Acreditamos que a lesão da mastoide esquerda e da base do crânio pode ter sido causada pela ponta de uma lança. Confirmamos neste estudo de tomografia computadorizada que as lesões craniofaciais de Seqenenre foram infligidas na época da morte do faraó (perimortem), pois não há evidência de cura. Esse trauma craniofacial severo pode ter causado choque fatal, perda de sangue e/ou trauma intracraniano". (FRONTIERS IN MEDICINE,2021).

5- Morte do faraó

O estudo feito foi tão detalhado que tornou-se possível chegar a uma conclusão de como ocorreu a morte de Seqenenre.

"A variedade no ângulo de ataque, bem como a ampla gama de armas que acreditamos ter causado os ferimentos do faraó, indicam que Seqenenre foi morto em batalha por vários atacantes inimigos. A correspondência entre as armas e a morfologia dos ferimentos sugere fortemente que Seqenenre foi morto durante uma guerra entre os egípcios e os hicsos. A localização dos ferimentos craniofaciais de Seqenenre indica que ele provavelmente estava enfrentando seus agressores. Lesões faciais em combate são geralmente associadas a fraturas dos antebraços, pois é um reflexo natural jogar os braços para cima para proteger o rosto. No entanto, este estudo de tomografia computadorizada confirma que os antebraços de Seqenenre não foram fraturados e que não há ferimentos em outras partes do corpo. Essa conclusão também foi sugerida por estudos radiográficos anteriores feitos na década de 1960". (FRONTIERS IN MEDICINE,2021).

"As mãos mumificadas de Seqenenre estão flexionadas nos pulsos e os dedos estão espásticos. Esta posição do braço não é consistente com a posição peitoral cruzada usual das múmias reais egípcias antigas. Esta posição da mão sugere que os pulsos do faraó foram amarrados juntos, provavelmente atrás do corpo, quando ele morreu. Se o faraó morresse enquanto suas mãos estivessem amarradas, os músculos que estavam em contração intensa pouco antes da morte teriam se tornado rígidos imediatamente após a morte, incapazes de relaxar; esta condição é conhecida como espasmo cadavérico". (FRONTIERS IN MEDICINE,2021).

Múmia do faraó Seqenenre-Taa-II. Fotógrafo desconhecido, Facebook Ministry of Tourism and Antiquities.

Imagem tridimensional frontal de membros superiores. Os braços estão deslocados na altura do ombro e dobrados nos cotovelos. A mãos dobradas, indicam que estavam amarradas nos pulsos. Fotógrafo desconhecido, Frontiers in Medicine.

A idéia sugerida anteriormente de que o faraó pudesse ter sido atacado enquanto dormia foi descartada.

"Acreditamos que seja improvável uma situação em que o faraó tenha sido atacado dormindo, pois os locais dos ferimentos demonstram que os golpes vieram não só do lado esquerdo do faraó, mas também de outras direções. Um golpe do lado direito resultou na fratura supra-orbitária direita, um golpe de cima causou a fratura da testa e golpes do lado esquerdo anterior fraturaram a bochecha esquerda e a mastoide esquerda". (FRONTIERS IN MEDICINE,2021).

Os estudiosos conseguiram também entender o motivo do cérebro estar do lado esquerdo.

"As imagens de tomografia computadorizada neste estudo mostram o cérebro desidratado de Seqenenre desviado para o lado esquerdo da cavidade craniana. Isso é consistente com os resultados de um estudo recente de tomografia computadorizada de uma múmia com a cabeça inclinada para o lado direito, que mostrou que o cérebro encolhido também foi deslocado para a direita da cavidade do crânio. Portanto, sugerimos que o cadáver do faraó deve ter permanecido em uma posição lateral esquerda por algum tempo; talvez no campo de batalha onde ele morreu, ou enquanto a múmia estava sendo transportada para Tebas. É improvável que o corpo de Seqenenre tenha sido colocado na posição lateral durante o processo de mumificação, pois os embalsamadores geralmente colocavam o corpo em uma posição supina neutra (com a barriga para cima)". (FRONTIERS IN MEDICINE,2021).

Imagem coronal de TC da cabeça e pescoço da múmia. O cérebro ressecado é visto deslocado e ocupando o lado esquerdo da cavidade craniana. Fotógrafo desconhecido, Frontiers in Medicine.

Diante de tantos detalhes, os estudiosos conseguiram supor como tudo aconteceu.

"Supomos que o faraó estava em uma posição mais baixa do que seus agressores, possivelmente ajoelhado pelo menos por algum tempo durante o ataque. Essa posição explica a alta lesão na testa que poderia ter sido o primeiro golpe que o faraó recebeu, infligido por uma espada ou um machado. O golpe forte deve ter feito o faraó cair, possivelmente de costas. O faraó pode ter recebido vários ataques do agressor com o machado de batalha hicso, possivelmente usando sua lâmina para infligir a fratura acima da sobrancelha direita (supra-orbital direita). Então, uma vara grossa (possivelmente o cabo do machado) foi usada para esmagar o nariz e o olho direito do faraó. O agressor atingiu o lado esquerdo do rosto do faraó com o machado. Outro agressor do lado esquerdo usou uma lança horizontalmente para furar profundamente a parte inferior da orelha esquerda (mastoide) e atingiu o forame magno. Presumimos que o faraó estava morto neste ponto, e que seu corpo foi rolado para ficar do lado esquerdo, onde recebeu vários golpes no lado direito do crânio, possivelmente por uma adaga. O faraó morto provavelmente ficou deitado sobre o lado esquerdo por algum tempo o suficiente para que o corpo começasse a decomposição enquanto o cérebro mudava para este lado dependente. Outro agressor do lado esquerdo usou uma lança horizontalmente para furar profundamente a parte inferior da orelha esquerda (mastoide) e atingiu o forame magno". (FRONTIERS IN MEDICINE,2021).

Imagem de tomografia computadorizada reconstruída tridimensional mostrando fratura do lado esquerdo do forame magno infligida por lesão penetrante do osso mastoide esquerdo. Fotógrafo desconhecido, Frontiers in Medicine.


Conclusão

Os novos estudos sugerem como provável causa da morte do faraó Seqenenre-Taa-II, o resultado de uma batalha contra os hicsos, onde o faraó lutou, foi capturado e teve suas mãos amarradas, o que o impediu de se defender contra os golpes que sofreu. Foi revelado que ele foi agredido por várias pessoas que utilizavam diferentes armas, mas não foi possível afirmar qual dos golpes foi fatal e até mesmo com qual arma esse golpe fatal foi aplicado.

"Quando comparada à tomografia computadorizada de outros guerreiros egípcios antigos com grande reputação militar, como Tutmés III e Ramsés II, apenas Seqenenre teve ferimentos graves causados ​​por armas. Esses ferimentos sugerem que Seqenenre estava na linha de frente, arriscando sua vida para libertar o Egito. A morte de Seqenenre motivou seus sucessores a continuar a luta para unificar o Egito e iniciar o Novo Reino". (FRONTIERS IN MEDICINE,2021).

Ferimentos na cabeça da múmia. Fotógrafo desconhecido, Portal do Ministério de Turismo e Antiguidades do Egito.

Não foi possível afirmar a localização da morte do faraó Seqenenre-Taa-II por falta de evidência histórica com relação a localização da batalha dele contra os hicsos. Mas sabe-se que ao norte de Tebas, em Deir el-Ballas, Seqenenre construiu uma base para campanhas militares contra os hicsos.

Os estudiosos acreditam que a batalha ocorreu em algum lugar entre a fortaleza egípcia em Deir el-Ballas e a capital hicsa Avaris, e que o corpo do faraó provavelmente foi transferido do campo de batalha para Tebas por Deir el-Ballas.

Com relação a mumificação feita em Seqenenre, os estudiosos acreditam que ocorreu na oficina real de mumificação em Tebas, descartando sugestões anteriores de que teria sido feito em um local mal equipado ou temporário.

Os sucessores de Seqenenre continuaram a luta dele para unificar o Egito e fundaram o Novo Reino.

O Ministério do Turismo e Antiguidades do Egito comentou sobre isso: "Em uma estela conhecida como Estela de Carnavaron, encontrada no Templo de Tebas em Karnak, as batalhas travadas por Kamos, filho de Seqenenre, são registradas contra os hicsos. Kamos morreu durante a guerra contra os hicsos, e foi Ahmose, o segundo filho de Seqenenre, que conseguiu expulsar os hicsos. Ele lutou, os derrotou e perseguiu até a atual Faixa de Gaza na Palestina e reunificou o Egito". (FACEBOOK MINISTRY OF TOURISM AND ANTIQUITIES,2021).

Com todas as informações que Zahi Hawass e Sahar Saleem compartilharam, dá para perceber que o faraó Seqenenre-Taa-II teve uma morte cruel tentando reunificar o Egito e o quanto a tecnologia auxilia no entendimento da história, mesmo que ela tenha milênios.

Quem sabe no futuro seja possível descobrir ainda mais sobre o faraó Seqenenre-Taa-II.

#EgitoAntigoeSeusMisterios #EgitoAntigo #AncientyEgypt #Descoberta #Discovery


Referência: Computed Tomography Study of the Mummy of King Seqenenre Taa II: New Insights Into His Violent Death. Frontiers in Medicine,2021. Disponível em: https://www.frontiersin.org/articles/10.3389/fmed.2021.637527/full. Acesso em 17 de Fevereiro de 2021.

Referência: الأشعة المقطعية تكشف ملابسات وفاة الملك سقنن رع تاعا الثاني. Portal do Ministério de Turismo e Antiguidades do Egito,2021. Disponível em: http://www.antiquities.gov.eg/DefaultAr/pages/NewsDetails.aspx?newsid=2503. Acesso em 17 de Fevereiro de 2021.

Referência: CT scans of mummy of King Seqenenre-Taa-II revealed the circumstances of his death. Facebook Ministry of Tourism and Antiquities,2021. Disponível em: https://www.facebook.com/moantiquities/posts/3832199413492347. Acesso em 17 de Fevereiro de 2021.

Referência: DASHISH,Ali Abu. Hawass Uncovers Reason Behind King Seqenenre’s Death. See News,2021. Disponível em: https://see.news/hawass-uncovers-reason-behind-king-seqenenres-death. Acesso em 17 de Fevereiro de 2021.

Referência: AREF,Nevine El. CT scans of mummy of ancient Egyptian King Seqenenre-Taa-II reveal circumstances of his death. Ahram Online,2021. Disponível em: http://english.ahram.org.eg/NewsContentP/9/404255/Heritage/CT-scans-of-mummy-of-ancient-Egyptian-King-Seqenen.aspx. Acesso em 17 de Fevereiro de 2021.

Referência: Tomographic examinations of the mother of the ancient Egyptian king Seqenre-Taa-II revealed the circumstances of her death. Facebook Dr. Zahi Hawass,2021. Disponível em: https://www.facebook.com/permalink.php?story_fbid=4254057547955419&id=112384738789408. Acesso em 17 de Fevereiro de 2021.

Referência: MARIE,Mustafa. Recent Egyptian study on the Pharaoh Seqenenre Tao II reveals new secrets about his death. Egypt Today,2021. Disponível em: https://www.egypttoday.com/Article/4/98732/Recent-Egyptian-study-on-the-Pharaoh-Seqenenre-Tao-II-reveals. Acesso em 17 de Fevereiro de 2021.

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