Mulheres antigas de Amarna - Apliques, tinturas e penteados
Durante as escavações realizadas em 2014 no cemitério próximo ao que é hoje a cidade de Amarna, uma equipe de escavações arqueológicas liderada pela arqueóloga Jolanda Bos que trabalha no projeto Amarna, descobriu os restos mortais de uma mulher que viveu há mais de 3.300 anos e que não havia sido mumificada, apenas enrolada em um tapete. O que mais intrigou a arqueóloga, foi que a mulher tinha um penteado com cabelos intactos. "Um penteado muito complexo, com aproximadamente 70 apliques presos em diferentes camadas e alturas na cabeça"(Jornal Egípcio de Arqueologia, 2014).
Os pesquisadores não sabem seu nome, profissão ou mesmo a idade. Ela é uma das centenas de pessoas encontradas no mesmo cemitério, sendo que muitas delas possuem o mesmo tipo de penteado. Segundo a arqueóloga: "Se a mulher tinha ou não o cabelo assim para o enterro é uma das nossas principais perguntas de pesquisa. O cabelo provavelmente foi modelado após a morte, antes de uma pessoa ser enterrada. No entanto, também é provável que esses penteados também tenham sido usados na vida cotidiana e que as pessoas em Amarna usem apliques de cabelo em sua vida cotidiana"(Live Science,2014).
A cidade de AmarnaA cidade de Amarna foi construída pelo faraó Akhenaton, durante o seu reinado entre 1353 a 1335 a.C, para ser a nova capital do Egito. Seu reinado foi marcado pela mudança religiosa, no qual os antigos Deuses foram abandonados e trocados pelo Deus Aton. Porém, após a sua morte, Amarna foi abandonada e a antiga crença religiosa foi restituída.
Descobertas sobre os cabelos
Durante as escavações foram encontrados mais de 100 crânios, dos quais 28 deles ainda continham cabelos. Muitos com apliques de cabelo de diferentes tonalidades, que variam desde fios pretos, castanhos ou grisalhos, assim como lisos ou encaracolados, sugerindo que vinham de diferentes doadores e que a cidade era multi-cultural.
Os crânios com cabelos castanhos frequentemente possuem brincos ou expirais nas orelhas, o que seria um estílo muito popular naquela época em Amarna. A razão pela qual as pessoas gostavam desse estilo também intriga os pesquisadores. "Nós não temos a mínima idéia. Essa é uma resposta que ainda estamos procurando nos registros históricos." (Live Science, 2014).
Os crânios com cabelos castanhos frequentemente possuem brincos ou expirais nas orelhas, o que seria um estílo muito popular naquela época em Amarna. A razão pela qual as pessoas gostavam desse estilo também intriga os pesquisadores. "Nós não temos a mínima idéia. Essa é uma resposta que ainda estamos procurando nos registros históricos." (Live Science, 2014).
Ao que tudo indica, as pessoas também gostavam de cabelos curtos. "Todas as tranças encontradas nos penteados eram simples e de três fios, a maioria com 1 cm de largura, com fios de aproximadamente 0,5 cm quando fortemente trançados. As tranças geralmente não tinham mais de 20 cm de comprimento, deixando o cabelo na altura dos ombros aproximadamente. O cabelo mais longo encontrado consistia em apliques de várias camadas, com um comprimento de aproximadamente 30 cm".(Live Science, 2014).
Próximo aos crânios foram encontrados tecidos, o que levou os pesquisadores a deduzir que parte da cabeça tenha sido coberta com os mesmos. Também foi detectado gordura nas mexas de cabelo para ajudar a modelar o penteado, porém será necessário mais pesquisas para se descobrir ser era de origem animal.
Esconder os grisalhos
Em um dos crânios encontrados, foi detectado uma pigmentação vermelha alaranjada nos cabelos grisalhos, provavelmente de Henna(uma espécie de planta). O que poderia indicar que a morta pintava os cabelos. Porém segundo a arqueóloga, mais estudos precisam ser feitos para detectar se era ou não um tipo de pintura. O que já foi encontrado em outros locais de escavações.
Para Jolanda Bos, elas pintavam os cabelos "Pela mesma razão pela qual as pessoas pintam o cabelo hoje, para não mostrar a cor cinza"(Live Science, 2014).
Para Jolanda Bos, elas pintavam os cabelos "Pela mesma razão pela qual as pessoas pintam o cabelo hoje, para não mostrar a cor cinza"(Live Science, 2014).
Crânio encontrado pelo Projeto Amarna - Foto Jolanda Bos and Lonneke Beukenholdt, Live Science. |
Extensões capilares em um dos crânios - Foto Jolanda Bos and Lonneke Beukenholdt, Live Science. |
Crânio com parcialmente dos cabelos preservados - Foto Jolanda Bos and Lonneke Beukenholdt, Live Science. |
Pesquisadora Jolanda Bos ao lado da descoberta - Foto Jolanda Bos and Lonneke Beukenholdt, Live Science. |
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