Nova descoberta sobre a morte da "Múmia da mulher que grita"

Divulgado em: 16/07/2020.

Muitos já ouviram falar na "múmia que grita" e que essa múmia era de um homem... Então por que estamos falando de uma mulher agora?
Para que não haja confusão, eu vou explicar...
Existem duas múmias conhecidas como "a múmia que grita", só que uma é um homem e a outra uma mulher.

A múmia do homem (múmia do homem que grita), refere-se ao príncipe Pentawere, filho do faraó Ramsés III, que forjou a morte do próprio pai no caso conhecido como a "conspiração do harém". Pentawere foi punido com o próprio suicídio e seu corpo não recebeu uma mumificação. Ele foi enrolado em uma pele de ovelha, o que simbolizava que ele era impuro e seria punido no além também. Seu corpo foi encontrado em Deir el Bahari, local onde sacerdotes das dinastias 21 e 22 esconderam diversos membros reais de dinastias anteriores. Isso para escapar dos ladrões de túmulos, que muitas vezes não só saqueavam a tumba como também danificavam a múmia.

A múmia da mulher (múmia da mulher que grita), também é conhecida como "múmia da mulher desconhecida A". Isso porque sobre as mantas de linho que cobriam essa múmia, estava escrito “A filha real, a irmã real de Meret Amon”.
Levando em consideração ao nome "Meret Amon", fica difícil afirmar quem era essa princesa porque haviam várias com esse mesmo nome, como por exemplo, Meret Amun, filha do rei Seqenenre do final da décima sétima dinastia (1558 aC à 1553 aC) e Meret Amun, filha do rei Ramsés II (1279 aC à 1213 aC) da décima nona dinastia. O egiptólogo Dr. Zahi Hawass e o professor de Radiologia da Universidade do Cairo Dr. Sahar Saleem (ambos Egípcios) vão realizar estudos de TC e testes de DNA nessa múmia, para descobrir quem ela realmente era.
Essa múmia também foi encontrada em Deir el-Bahari, no mesmo local onde estava a múmia de Pentawere (múmia do homem que grita). Esse local foi descoberto em 1881, em Luxor.

Os doutores Zarih Hawass e Sahar Saleem, divulgaram o resultado da tomografia computadorizada que foi feita na múmia da princesa, revelando dessa forma a verdadeira causa de sua morte. Segundo eles, ela morreu há 3.000 anos de aterosclerose grave das artérias coronárias, o que ocasionou um ataque cardíaco. "A aterosclerose é uma doença degenerativa que afeta progressivamente a parede arterial, levando a um estreitamento da cavidade e bloqueio do vaso. A arteriosclerose pode ser determinada em uma tomografia computadorizada como áreas de alta calcificação dentro das paredes arteriais, que podem ser identificadas de acordo com a localização da artéria." (Dr Zahi Hawass The man with the hat,2020).

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A múmia da mulher que grita. Fotógrafo desconhecido, Dr Zahi Hawass The man with the hat.


Com relação ao fato da múmia da princesa estar bem mumificada, mas com a boca aberta e o corpo contraído, os doutores afirmam: "Parece que a “Mulher Gritando” morreu repentinamente enquanto estava em sua atual postura corporal com as pernas cruzadas flexionadas. Consequentemente à morte, sua cabeça estava inclinada para o lado direito e sua mandíbula caiu. Assumimos que o corpo morto de “A Mulher Gritando” pode não ter sido descoberto até horas depois, o suficiente para desenvolver espasmos da morte. O enrijecimento dos músculos e articulações após a morte é denominado espasmo da morte (rigor mortis); inicia alguns minutos a várias horas após a morte. Os músculos contraídos ficam rígidos sem poder relaxar até o corpo começar a se decompor."" (Dr Zahi Hawass The man with the hat,2020).

De acordo com a declaração acima, é possível afirmar que a princesa foi mumificada antes do corpo decompor ou relaxar, o que tornou impossível fechar a boca e deixar o corpo na posição habitual da mumificação.

Na tomografia foi possível identificar que o cérebro não foi removido no processo de mumificação. E sabendo que esse processo mudou com o tempo, pode-se especular que essa princesa seja Meret Amun, filha do rei Seqenenre, do final do século XVII (1558 aC à 1553 aC). Agora só nos resta aguardar a próxima fase do estudo dos doutores Zarih Hawass e Sahar Saleem, para sabermos quem realmente é essa princesa.

Zarih Hawass e a múmia da mulher que grita. Fotógrafo desconhecido, Dr Zahi Hawass The man with the hat.

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Referência: CT scan reveals the truth about  “The Mummy of the Screaming Woman’” from the Royal Cache of Deir el-Bahari: The Egyptian princess died of a heart attack 3,000 years ago. Dr Zahi Hawass The man with the hat,2020. Disponível em: http://www.drhawass.com/wp/ct-scan-reveals-the-truth-about-the-mummy-of-the-screaming-woman-from-the-royal-cache-of-deir-el-bahari-the-egyptian-princess-died-of-a-heart-attack-3000-years-ago/. Acesso em 23 de Julho de 2020.

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